Vulnerabilidade em saúde da população LGBTQIAPN+ é tema de debate no HEMC

Publicado em: 09/10/2023

Três palestras discutiram os problemas que afligem a comunidade LGBTQIAPN+ e a importância do respeito à diversidade

Gerenciado pela Fundação do ABC em parceria com o Governo do Estado, o Hospital Estadual Mário Covas (HEMC), em Santo André, promoveu no dia 27 de setembro o 1º Simpósio do Serviço Social com o tema “Vulnerabilidade em Saúde da População LGBTQIAPN+”. O evento reuniu cerca de 100 profissionais da área da Saúde que atuam tanto no HEMC como em outras regiões do ABC e do interior de São Paulo. O simpósio contou com a participação de três palestrantes, que trouxeram diferentes perspectivas sobre os problemas de saúde desta comunidade.

A psicóloga Fabiola Santos Lopes, diretora técnica da Gerência de Prevenção – CRT-DST/Aids, abordou o contexto das terminologias relacionadas ao tema, discorreu sobre o processo transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS) e destacou a importância da diversidade sexual e de gênero. Ela enfatizou os desafios a serem enfrentados na garantia dos direitos sexuais e reprodutivos da população LGBTQIAPN+ no âmbito da saúde pública, como a necessidade de evitar protocolos de atendimento que partam do pressuposto da heterossexualidade e a importância de utilizar o nome social de pessoas transexuais e travestis nos serviços de saúde.

A médica residente em Infectologia pelo Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC, Dra. Jaqueline Pereira da Silva, falou sobre a importância da informação e do diagnóstico na prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) na comunidade LGBTQIAPN+. Ela ressaltou a necessidade de ampliar o acesso aos serviços de saúde do SUS, garantindo o respeito e a prestação de serviços de qualidade e resolutivos.

Por fim, a assistente social Liliane Oliveira Caetano, mestranda de Serviço Social e Políticas Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – Baixada Santista, trouxe reflexões acerca dos desafios no acesso à saúde e à cidadania da população LGBTQIAPN+. Ela abordou a questão da sexualidade e gênero sob uma ótica histórica no Brasil e apresentou a atuação dos profissionais de Serviço Social na defesa da vida e dos direitos humanos, de acordo com o código de ética profissional de sua área. A palestrante mencionou as barreiras estruturais, como as longas esperas e dificuldades de acesso, que geram prejuízos para a saúde das pessoas LGBTQIAPN+.

“O evento contribuiu para a construção do respeito à diversidade, sobretudo no ambiente da Saúde, e trouxe informações importantes que terão impacto no acolhimento humanizado. Também, despertou os presentes para necessidade do combate à LGBTfobia nas diversas esferas sociais”, contextualiza Viviane Clara de Petris Adorno, supervisora administrativa do Serviço Social e Ouvidoria.

O Hospital Mário Covas realiza, em média, duas cirurgias por mês de transgenitalização feminizante, procedimento de redesignação sexual voltado às mulheres trans. De 1º de janeiro a 31 de julho deste ano foram feitas 14 intervenções deste tipo. A unidade não faz transgenitalização masculinizante.